Empoderamento Feminino – Você Realmente Sabe o Que É?

Empoderamento Feminino - Você Realmente Sabe o Que É?

Você já deve ter ouvido falar sobre empoderamento feminino por aí. Na mesa do bar, nas redes sociais ou no almoço em família de domingo esse termo foi – e continua sendo – algo bem polêmico. Mas, afinal, você sabe o que é empoderamento feminino?

A palavra empoderamento significa o efeito de proporcionar conscientização e tomada de poder de decisão, autonomia e participação de uma pessoa ou grupo, normalmente no contexto social, político, econômico e cultural.

Quando transferimos isso para o contexto social relacionado à mulher, o empoderamento feminino significa liberdade, autonomia e a influência que buscamos nos dias de hoje.

Decidir sobre assuntos que afetam sua própria vida, levando em consideração o que você quer e como você quer. Seja sobre seu corpo, sua casa, seu trabalho ou sobre o mundo.

Esse termo está diretamente ligado à consciência coletiva, onde são necessárias ações para o fortalecimento e desenvolvimento da mulher na sociedade em busca da equidade de gênero.

Significado de “equidade de gênero”:

Apesar de ser confundido com “igualdade de gênero”, esses dois termos possuem significados um pouco distintos, apesar de possuírem o mesmo objetivo.

No momento em que falamos sobre empoderamento feminino é importante destacar essa expressão e entendermos o verdadeiro significado por trás dela.

Quando falamos sobre equidade de gênero, estamos falando sobre justiça, ou seja, oportunidades iguais independente do gênero.

Sabendo que todos somos diferentes uns dos outros, as oportunidades precisam ser diferentes e adaptadas para ambos terem a possibilidade de alcançar os mesmos resultados.

Por que o empoderamento feminino é importante?

É importante para sermos respeitadas. Há muitos anos a mídia sempre retratou as mulheres de forma extremamente deprimente.

A objetificação do corpo em propagandas e comerciais, a invalidação da opinião feminina em programas de futebol, a diminuição das conquistas sem um cargo de chefia e muitos outros exemplos. Nada além do reflexo da nossa própria sociedade.

É extremamente importante que sejamos vistas, que cada vez mais tenhamos voz para dizer e fazer o que queremos.

Antigamente, nossa voz não valia de nada mesmo quando o assunto era o nosso próprio corpo. Nos diziam o que fazer, como fazer e até com quem se relacionar.

É importante para conhecer e reconhecer os nossos direitos. Quando as mulheres perceberam o quanto sua voz realmente era importante e o quão necessário era que ela fosse ouvida, as conquistas começaram.

O marco da sede por mundo melhor onde as nossas vontades e decisões também valessem foi em 1932, quando o direito ao voto feminino foi conquistado.

É importante para acreditarmos e investirmos em educação, para assim, chegarmos mais longe. Os estereótipos antigos da mulher apenas como dona de casa, que não trabalha fora, não estuda e jamais atingiria um patamar de liderança, caiu por terra.

A partir do momento em que a mulher foi em busca da sua independência, percebeu que seria necessário recuperar o tempo perdido.

A decisão de estudar e, consequentemente, começar a trabalhar fora de casa e começar a ocupar cargos relevantes foi uma grande quebra de padrão. As mulheres deixaram de ser omissas e passaram a ocupar o seu lugar na sociedade.

Principalmente com o poder da internet, nossa voz está crescendo e sendo levada em consideração. O barulho que a internet faz quando existe uma propaganda, comercial ou programa com algum tema retrógrado, é enorme.

As marcas recebem duras críticas e começam a repensar em suas atitudes e reformular suas estratégias. Um ótimo exemplo são os comerciais de cervejas.

Antigamente, o corpo objetificado da mulher era o atrativo principal dos comerciais, colocavam uma mulher de biquíni na praia indo servir os homens.

Hoje, as marcar viram que as mulheres não gostavam e não se identificavam com aquela propaganda, então passaram a inseri-las como consumidoras do produto.

A facilidade com que a internet nos permite compartilhar conteúdo com outras pessoas fez com que as mulheres tivessem consciência sobre o seu papel na sociedade e no quão importante seria se elas ocupassem esses lugares, com isso, o empreendedorismo feminino cresceu.

Segundo análises feitas pelo Sebrae, as mulheres empreendedoras são mais jovens e têm um nível de escolaridade 16% maior que os homens. Mesmo assim, nas mesmas posições, elas ganham 22% menos que eles.

Com isso, a liderança executiva feminina também cresceu. Segundo o GEM (Global Entrepreneurship Monitor), são 9,3 milhões de mulheres à frente de uma empresa no Brasil.

Já avançamos bastante, porém, é nítido que ainda temos muitos problemas e ainda estamos longe de uma sociedade ideal em relação a esse tema.

Como garantir que o empoderamento feminino funcione?

Não existe um receita de bolo para fazermos com que isso tudo funcione, porém, existem algumas atitudes que podem ser tomadas para que tenhamos o nosso espaço reconhecido. 

Para facilitar as coisas, em 2017, a ONU (Organização das Nações Unidas), desenvolveu uma cartilha sobre os 7 Princípios de Empoderamento das Mulheres. O intuito dessa cartilha é colocar em prática tudo isso para termos um mundo melhor. Os 7 princípios são:

1. Estabelecer liderança corporativa sensível à igualdade de gênero, no mais alto nível.

É extremamente importante corrigirmos essa lacuna da falta de representatividade feminina em cargos de chefia.

2. Tratar todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho, respeitando e apoiando os direitos humanos e a não-discriminação.

Ter uma visão mais sensível para com os seus funcionários faz com que o seu negócio flua melhor, pois eles se sentirão extremamente acolhidos no ambiente de trabalho.

3. Garantir a saúde, segurança e bem-estar de todas as mulheres e homens que trabalham na empresa.

Fazer com que seus funcionários se sintam seguros e confortáveis por estarem ali faz com eles se sintam mais motivados. Fazer parte de um ambiente que cuida e valoriza os seus colaboradores é muito importante para o clima organizacional, além de contribuir com o desenvolvimento de todos.

4. Promover educação, capacitação e desenvolvimento profissional para as mulheres.

Preparar as mulheres para o mercado de trabalho é muito importante, o caminho da educação é aonde elas irão se desenvolver e poderão chegar aos mais altos cargos de uma empresa.

5. Apoiar empreendedorismo de mulheres e promover políticas de empoderamento das mulheres através das cadeias de suprimentos e marketing.

Muitas vezes, quando uma mulher está começando um negócio ou apenas tem vontade, a falta de apoio e incentivo é crucial para aquele “empurrãozinho” que falta. É imprescindível que apoiar as mulheres ao nosso redor e dar todo o suporte possível para fazer com que ela siga suas ideias e objetivos.

6. Promover a igualdade de gênero através de iniciativas voltadas à comunidade e ao ativismo social.

Em comunidades pequenas é muito comum ver mulheres que não fazem ideia do que seja empoderamento feminino e, até mesmo, que não conheçam seus direitos. É importante olhar com mais cuidado para esses locais e colocar o ativismo social em prática de forma didática e natural.

7. Medir, documentar e publicar os progressos da empresa na promoção da igualdade de gênero.

Fazer com que essas atitudes sejam reconhecidas documentando todo o processo. Ter todos os detalhes, todos os casos, números e estatísticas é muito importante para entendermos o que estamos mudando no presente para assim, podermos melhorar o futuro.